Não é de agora que o nosso gosto por montanhas despovoadas, rios isolados, densas florestas e pequenos povoados que escapam ao movimento de rotas mais visitadas nos exercem um forte magnetismo. Assim, depois de já termos publicado a nossa eleição de percursos panorâmicos menos divulgados no Norte de Portugal, focamos-mos nos percursos para andar de mota no Centro de Portugal. Numa visita a cada região em causa, recomendamos que sejam obrigatoriamente inseridos num roteiro motociclístico, e prometemos que não desapontarão.
E como vamos parar a estas pérolas mais desconhecidas aos comuns roteiros? Na maioria das vezes resulta de um olhar mais atento a um mapa regional. Estudando de forma determinada aquelas pequenas estradas que nele mal se notam. Cuja importância passa despercebida a um olhar mais distraído e se torna difícil de encontrar num mapa digital. Outras vezes porque nos apetece ir naquela direcção porque nos parece sugestiva (relevo acentuado). É essa a prática comum a todos os nossos roteiros, por Portugal ou pelo mundo. Mas agora, falamos de Portugal, o nosso encantador país, e enunciamos de seguida a nossa compilação de 9 percursos panorâmicos menos divulgados para andar de mota no Centro de Portugal
1 – Alvados – São Bento, Serras de Aire e Candeeiros
Espreitamos as Serras de Aire e Candeeiros da nossa janela, e este é um rumo muitas vezes tomado. Por lá encontramos aquela que é a catedral subterrânea de Portugal. Ali a rocha dominante é o calcário, cujo tipo de relevo geológico que forma se insere no tipo cársico. Aquele onde grutas, galerias, cavernas, rios subterrâneos, lapiás e paredões rochosos expostos se modelam continuamente uma paisagem única. Sempre atravessada por pacatas estradas, num gigante roteiro panorâmico em tons esbranquiçados da rocha calcária.
Por entre tão mágico ambiente, é no percurso entre a pequena aldeia de Alvados, instalada num vale serrano, e a subida à aldeia de São Bento, que reconhecemos um dos mais fabulosos percursos para andar de mota no Centro de Portugal.



Para mais informações e dicas para um roteiro pela região consulte aqui o nosso artigo já publicado.
2 – Loriga – Lagoa Comprida, Serra da Estrela
Fascinados pela imponência da grande serra, e montanha mais alta de Portugal Continental, partimos sempre à redescoberta da Serra da Estrela tentando explorar os múltiplos caminhos que culminam no seu ponto mais alto: a Torre. Os mais conhecidos levam os visitantes à serra por dois grandes acessos principais: via Seia ou via Covilhã.
Não obstante a que todos eles sejam percorridos e explorados, ousamos seguir os instintos de descoberta de novos lugares e ali encontrámos o Loriga Pass: uma das melhores estradas de Portugal, e da Europa. Feita de mil e uma curvas num traçado soberbo e de largas vistas, é uma subida ao tecto de Portugal Continental, repleta de emoções sobre o asfalto. Ladeada pelos rochedos graníticos tão típicos da Estrela, a primeira vez que a percorremos quase que não conseguíamos acreditar que ainda nunca por ali tínhamos rodado. Fez-se a subida, voltou-se à descida. Só para confirmar a espectacularidade do seu traçado. E subimos novamente. Afinal, tínhamos de continuar o nosso roteiro de mota pela mágica Serra da Estrela.



Para mais informações e dicas para um roteiro pela região consulte aqui o nosso artigo já publicado.
3 – Unhais da Serra – Nave de Santo António, Serra da Estrela
Pela Serra da Estrela multiplicam-se os caminhos panorâmicos. O percurso que une a Nave de Santo António (com início no Miradouro do Vale Glaciar do Zêzere) a Unhais da Serra é um dos seus tesouros mais surpreendentes. A pequena estrada avança por entre um estreito traçado, em vertiginosas alturas e muitas curvas onde, a dada altura, o pavimento deixa de existir. Descendo esta encosta serrana, a estrada começa num anfiteatro rochoso, outrora um imponente vale glaciar, entre curvas acentuadas e um pavimento deteriorado. A queda de rochas é frequente e assim o revelam os enormes pedregulhos que ladeiam a estrada.
A meio da sua extensão, o pavimento torna-se inexistente e segue-se por um caminho fora de estrada, sem subidas e descidas acentuadas, à beira do iminente precipício. Poucos quilómetros de adrenalina depois, avista-se ao longe o zigue-zague maravilhoso de serpenteantes curvas. Agora numa etapa totalmente pavimentada.


4 – Estrada Panorâmica do Alto Ceira M508, Serra do Açor
É provável que ainda tenhamos que viver muitas vidas para conhecer por completo todos os caminhos em estrada, e fora de estrada, do Açor. Perdido no Centro de Portugal, na sombra da mais afamada Serra da Estrela, está a Serra do Açor com uma rede de estradas inesgotável, por onde cada visita é uma nova surpresa.
A Estrada Panorâmica do Alto Ceira, desenvolve-se em altitude ao longo da linha de cumeada que separa as bacias hidrográficas dos rios Alva e Ceira. Ao longo do seu percurso, multiplicam-se os miradouros, praias fluviais, os parques de merendas e pitorescas aldeias feitas de xisto. O Açor é muito mais do que o Piódão, a sua aldeia mais conhecida.
Com início na pequena povoação de Cepos, nos arredores de Góis, faz a ligação ao Piódão, passando por Deguimbra, S.Pedro do Açor, Mourisía, Teixeira, entre outras. No seu extremo norte, está o Monte Colcurinho a terminar em beleza a rota com uma inigualável perspectiva das montanhas que atravessa. Na Primavera, reveste-se pelos tons amarelos das floridas giestas e lilás da urze, um espéctaculo natural exclusivo a uma das mais belas estações para a percorrer. Uma paisagem que renasce com novo esplendor, depois dos incêndios que a devastaram.


Para mais informações e dicas para um roteiro pela região consulte aqui o nosso artigo já publicado.
5 – Estrada Atlântica
Dos arredores da Foz de Arelho, em Óbidos, à Praia do Osso da Baleia na Figueira da Foz a Estrada Atlântica estende-se por quase uma centena de quilómetros sempre à beira mar. Ora entre falésias gigantescas, ora entre extensos areais, este é um dos mais belos percursos costeiros de Portugal.
A estrada comunica com o Oceano Atlântico, com uma proximidade encantadora, que só voltamos a contemplar em Portugal com tamanha dimensão quando rumamos mais a Sul, e à Costa Vicentina.
A Estrada Atlântica atravessa a Mata Nacional de Leiria, hoje em dia reduzida em larga escala depois dos últimos incêndios. Mesmo assim, do grande pinhal ainda restam muitas zonas verdes, por onde andar de mota continua a ser um prazer.



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6 – Gavião a Belver
Descobrimos este percurso fabuloso para andar de mota no Centro de Portugal numa das etapas sobre andar de bicicleta no Centro de Portugal! Assistindo às imagens da volta a Portugal em bicicleta, ficámos intrigados com a estrada em redor daquele rio e com aquele castelo instalado numa proeminência rochosa dominando o horizonte. Como tantas vezes ali passámos ao lado e nunca tínhamos percorrido aquela estrada? Tratámos disso de imediato.
É um dos postais ilustrados de Portugal. A silhueta do Castelo de Belver e do seu enquadramento no rio é majestosa e as imagens da Estrada N244 que ondula entre as colinas do Tejo, preenche o imaginário de qualquer motociclista desassossegado. Ao vivo tudo é melhor, e por isso recomendamos mais este idílico percurso.


Para mais informações e dicas para um roteiro pela região consulte aqui o nosso artigo já publicado.
7 – Alqueidão da Serra e os caminhos romanos. Serras de Aire e Candeeiros
Chamam-lhe a capital da calçada portuguesa. E, entre outras coisas, é isso mesmo. Sobranceira nas Serras de Aire e Candeeiros, a aldeia do Alqueidão da Serra instala-se sobre rochas sedimentares calcárias, onde a extracção da pedra para a típica calçada portuguesa é uma das actividades dominantes. Porém, as marcas da sua ocupação desde tempo muito remotos, complementam um percurso panorâmico com o interesse histórico que ali permanece. Falamos do traçado da Estrada Romana da Carreiracha, uma das mais bem preservadas do país.
A estrada, com cerca de 100 metros de comprimento e menos de quatro metros de largura, terá sido construída entre os séculos I a.C. e I d.C. para facilitar o escoamento de ferro explorado na região, unindo Tomar, Alcobaça até à Praia das Paredes da Vitória, na Estrada Atlântica, e Conímbriga, perto de Coimbra.
Estacionamos a mota para a visitar, e do seu ponto alto avistamos o Moinho da Cabeça da Vaca na encosta ao lado, onde assistir ao pôr-do-sol é uma das actividades que muito recomendamos.



Para mais informações e dicas para um roteiro pela região consulte aqui o nosso artigo já publicado.
8 – A interminável recta de Marialva
Nem só de curvas vive um motociclista! Ali centro interior de Portugal, algures entre as Aldeias Históricas de Trancoso, Marialva e Mêda, estão as estradas N324 e N102, que crescemos a ouvir chamar: as rectas de Marialva. E se noutros tempos o caminho nos parecia interminável, hoje é visto com os olhos de quem se encanta com os povoados pitorescos que por lá se atravessam, os castelos e fortalezas da antiguidade e os campos agrícolas revestidos de árvores de fruto que nos devolvem um novo espéctaculo natural a cada Primavera.
Desenvolvem-se por quilómetros de tímidas curvas, que ondulam entre ora entre os planaltos de granito ora entre as escarpas de xisto. Este é um dos nossos caminhos preferidos para a região de Trás-os-Montes e Alto Douro.

Para mais informações e dicas para um roteiro pela região consulte aqui o nosso artigo já publicado.
9 – Rosmaninhal, Parque Natural do Tejo Internacional
Na zona da Beira Interior, que a nós nos faz sentir como se percorrêssemos o Alto Alentejo, existe uma rede de pequenas estradas que ondulam entre as largas colinas do Parque Natural do Tejo Internacional. Por entre os ares do Tejo que corre distante, montados de sobro e azinho, estão quilómetros de panoramas que devem ser percorridos de mota pelo menos uma vez na vida.
Unidos por pequenos povoados onde a caça é uma actividade bem marcada, as pegadas de javalis são frequentes e num dia de sorte os gamos e os veados dão o ar de sua graça.


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Mapa detalhado de 9 percursos panorâmicos menos divulgados para andar de mota no Centro de Portugal
Para consultar o mapa em detalhe, clique sobre ele ou utilize o canto superior direito para abrir directamente na página do Google Maps. Poderá fazer o zoom necessário para ver a rota em pormenor ou exportar para o GPS como preferir. Clicando no canto superior esquerdo, é também possível ler a legenda do mapa em detalhe. Pretende utilizar este mapa no seu aparelho de navegação e não sabe como o fazer? Consulte aqui o nosso artigo já publicado.
Pequenas preciosidades escondidas no nosso Portugal 🙂
Para quando uma viagem à Madeira? Não podem vir até cá de mota, mas vêm de avião e podem contar com a minha Tracer 700 (gratuitamente) para conhecerem a ilha. Também temos estradas espectaculares e a ilha é maior do que parece, escondendo um tesouro em cada esquina. Pensem nisso!
Obrigado pelo vosso site cheio de informação muito útil.
Olá Rodolfo tudo bem? Olha muito obrigado pela mensagem e pela simpatia. De facto não conhecemos a Madeira e gostávamos bastante! Mas essa tua Tracer 700 é a tua mota pessoal ou tens algum rent? eheh É que não nos sentimos confortáveis a aceitar as motas do pessoal, pois pode sempre acontecer alguma chatice. Assim as motas dos rents os seguros tratam de tudo. Pode sempre acontecer um azar 🙁
Está tudo bem, obrigado. Espero que convosco também, na medida do possível tendo em conta os tempos que atravessamos.
A mota é pessoal. É verdade, pode sempre acontecer qualquer coisa, e é muito importante termos sempre noção disso.
De qualquer forma a oferta mantém-se, caso consigam arranjar algum tipo de seguro (não sei se existe) ou outra solução que vos faça sentir mais confortáveis. Bons passeios!
Boa seleção de percursos pela região centro. Aos que não conheço, irei seguramente fazer. Porém, deixo as seguintes sugestões: Oleiros-Fundão (boa alcatifa, via relativamente estreita em montanha, cenários lindos), Oleiros-Proença-Rodão-Nisa (boa alcatifa, curvas largas, cenários magníficos). Abc
Muito obrigado por todas essas dicas! Anotadíssimas! Boas curvas 😉
O artigo tem alguns “consulte aqui” que não têm ligação para a respectiva página.
Olá Joaquim. Verdade, peço desculpa por isso. Foram páginas que ainda não conseguimos publicar. Lamento. Boas curvas!