Precisamos muito de vos inspirar para um passeio de mota pela Rota dos Templários. Sim, porque algures pelo centro interior de Portugal, encontrámos a desculpa perfeita para mais um fantástico passeio de mota por terras lusas.
Além das grandes estradas que ambicionamos percorrer, são os locais que surgem pelo caminho que completam o roteiro na perfeição. Adicionando interesse, criando expectativas e dando-lhe alma e personalidade. Neste caso, ir muito longe não é necessário. Algures entre Tomar e Almourol, a rodar por estradas de olhos postos no rio Tejo e no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, encontramos alguns dos locais mais intrigantes do país. Sempre rodeados de estradas repletas de prazer de condução, pois claro.
Sobre a Rota dos Templários
Nas colinas do centro de Portugal, a privilegiar de uma posição central e um isolamento estratégico, está a Rota dos Templários. Um percurso entre os castelos, fortalezas e igrejas que os cavaleiros da antiguidade nos deixaram como património arquitectónico e religioso.
Com especial expressão na região de Tomar que, durante séculos e desde a Idade Média, foi a capital templária de Portugal e Espanha, aconselhamos a visita a uma das regiões mais importantes da História de Portugal, e do mundo.
Os cavaleiros da Ordem dos Templários tiveram um papel fundamental na fundação de Portugal com o Rei D. Afonso Henriques. Presentes em todas as grandes conquistas do país, de conhecimento e estratégias muito além do seu tempo, levaram o nome de Portugal ao mundo tornando-o numa potência mundial durante os Descobrimentos.
A cidade de Tomar foi para sempre marcada pela sua influência, no desenvolvimento da região e reconstrução dos monumentos da idade antiga. Envolta em lendas e mistérios que rodeiam a Ordem dos Templários, e mais tarde a secreta Ordem de Cristo, esta é uma região a não perder.
Para compreender a mística dos Templários, cavaleiros, guerreiros e monges em simultâneo, perder-se entre Tomar e o Castelo de Almourol é essencial.



A caminho da capital templária na Idade Média
Num cenário encantado de um romance antigo, Tomar foi a nossa inspiração para um ponto de partida pela Rota dos Templários. Um palco histórico, uma cidade moderna e um caminho para lá chegar digno de uma viagem em duas rodas.
É vergonhoso como passámos tantos anos da nossa vida sem conhecer a pérola da cidade aqui ao lado: o Convento de Cristo. Tão presos às ideias de explorar destinos mais além, muitas foram as vezes que Tomar foi para nós, apenas mais um ponto de passagem. Decidimos corrigir de imediato esta nossa falha.
Pelos contornos sugestivos do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, seguimos rumo ao Pafarrão, a terra dos laranjais, e a Paialvo pela pacata estrada N357. Entre voltas e voltinhas, perdidos pelas pitorescas aldeias dos arredores, é verdade que escolher o caminho mais directo nunca é para nós a prioridade. É assim que muitas vezes somos surpreendidos pelos encantos do país e do mundo.


Aqui mais detalhes sobre um roteiro exclusivo às Serras de Aire e Candeeiros
Tomar, entre as muralhas da fortaleza do convento de Cristo
Chegados a Tomar, avistamos de imediato o glorioso edifício que conquista a paisagem. Com toda a justiça classificado como Património Mundial da UNESCO, o Convento de Cristo é a imagem da cidade e foi em torno dele que tudo cresceu. Por muito que sejamos alheios aos contornos da história do país, é impossível passar na estrada N349 e não ficar deslumbrado com tão nobre monumento.


A representar uma as maiores áreas monumentais do mundo, o conjunto arquitectónico do Castelo dos Templários e Convento de Cristo exerce um fascínio misterioso sobre qualquer visitante. Estacionar a mota à porta da fortaleza é recomendado.
No seu interior contemplamos a famosa Charola, a Janela Manuelina (ornamentada com motivos marítimos da época dos Descobrimentos), os notáveis jardins e hortas interiores, os claustros, as cozinhas, lareiras. Perdemos-nos pelos recantos que outrora abrigaram tão misteriosas personalidades e saímos muito mais enriquecidos.


Locais a visitar em Tomar:
- Igreja de Santa Maria do Olival
- Igreja de São João Baptista
- Convento de Cristo e Castelo dos Templários
Sugestão de Alojamento em Tomar:
Sugestão de Restaurante em Tomar:
- Restaurante O Perninha (fora da cidade e sugere-se reserva prévia)
- Taverna Antiqua (no centro da cidade)
- Hamburgueria QB (no centro da cidade)
Tomar, no centro histórico da cidade
Ainda em Tomar, agora no centro da cidade, um passeio entre as ruas de calçada portuguesa ornamentada com cruzes templárias é sugerido. Os motivos alusivos à Cruz Templária avistam-se em fachadas, canteiros, ruelas, monumentos, etc. Uma visita à Igreja de Santa Maria do Olival é a continuação da rota.
Seguimos o rio Nabão, que banha a cidade no seu curso até ao Zêzere, pela N358. Fomos desaguar em Constância, a pitoresca vila ribatejana onde o Zêzere encontra o Tejo.



Embalados pela magia da história local, não foi sacrifício percorrer mais uma vez as margens do Rio Tejo. A N3, é a estrada que com graça e tranquilidade nos conduz pelas pacatas aldeias e vilas à beira rio plantadas. Em tempos em que muitos fogem acelerados pela via rápida, nós aproveitamos para demorar no sossego e seguimos pelas curvas da estrada nacional.

Dica:
Nos arredores de Tomar existe um pequeno troço de estrada que nos leva a conhecer uma das mais impressionantes obras de engenharia nacional: O Aqueduto de Pegões. Se pretende conhecer mais detalhes em:

Castelo de Almourol numa ilha no Tejo
Foi num desvio à N3, num percurso entre a Base de Tancos e todas as actividades militares a ela associadas, que encontrámos o acesso ao castelo.
No meio do rio plantado, erguido sobre um afloramento rochoso granítico, está o intrigante Castelo de Almourol. Utilizado para fins militares pela Ordem dos Templários, o castelo privilegia de uma posição defensiva única e enquadramento genial. Um exemplo da arqueologia militar utilizada nos primórdios do Reino de Portugal e mais um monumento herança de tal ordem religiosa.
Quando as águas do rio o permitem, é alcançável saltitando por entre calhaus (sugerimos que não tire o capacete pois é uma espécie de desporto radical). De outra forma, é através de uma pequena embarcação que os visitantes desembarcam nas muralhas de tão afamada existência.

Porque de novas perspectivas surgem novas descobertas, e motivos para continuar um passeio sempre arranjamos com facilidade, rumámos à margem sul do rio Tejo. Queríamos ver o castelo no Miradouro de Almourol. Voltámos à estrada N3 para mais um percurso de olhos postos no Tejo.

Quinta da Cardiga, uma viagem no tempo
Esquecida no século passado, a emanar beleza mesmo por entre paredes decrépitas, a Quinta da Cardiga foi o ponto inesperado de um roteiro não planeado. Imensa, com vistas para o Tejo, na rota dos Caminhos de Santiago e ainda com resquícios dos seus tempos áureos.
Parte integrante de uma rota pelo património da região, a Quinta da Cardiga esteve sobre o domínio da Ordem dos Templários desde a fundação de Portugal no século XII. Ainda hoje, é a Cruz de Cristo o símbolo da casa que mais nos parece um palácio. Relembra-nos a importante presença da ordem religiosa que mais tarde se transformou na Ordem de Cristo. Para além dos seus portões ferrugentos, avistam-se a imponente torre e o portal manuelino, outrora postos de vigia das milícias do Templo.

Caminhamos por entre uma propriedade que um dia foi uma aldeia, imaginando o estilo de vida em torno da agricultura nos séculos passados e de coração apertado de ver cantinho tão precioso entregue ao esquecimento. É por entre a enorme e elegante avenida, ladeada por plátanos centenários, que avançamos de mota pela paisagem agora entregue a si mesma.
De um lado, a casa principal, de proporções avassaladoras e rodeada de todo o tipo de estruturas: lagares, cavalariças, celeiros, adegas, etc. Do outro, as pequenas casas, escolas, posto de saúde, igrejas e muitos outros pequenos edifícios que serviam os trabalhadores e suas famílias na Cardiga. Este é um dos edifícios mais notáveis do património português, um testemunho incontestável da influência e domínio dos templários na região. De algo ficamos muito certos: o seu tacto e bom gosto eram indiscutíveis.


Para lá do Tejo, no Miradouro de Almourol
Para lá do Tejo, e depois da passagem da ponte às portas da Golegã, seguimos pela N118 até ao Miradouro de Almourol. Com um piso de excelente qualidade e a fazer-nos crer que por lá poucas almas circulam, aproveitamos o traçado fabuloso por entre os campos do Ribatejo. O rio, que se avista da maioria do percurso, segue maravilhoso e de meandros repletos de encantos.


Mapa do Percurso pela Rota dos Templários | Centro de Portugal
Para consultar o mapa em detalhe, clique sobre ele ou utilize o canto superior direito para abrir directamente na página do Google Maps. Poderá fazer o zoom necessário para ver a rota em pormenor ou exportar para o GPS como preferir.
Percurso total: 100 km
Duração: 1 a 2 dois (2 dias caso se desloque de um dos extremos do país)
Outros roteiros compatíveis:
Este foi um roteiro não tão tradicional no mundo das duas rodas, mas que muito sugerimos. Por lá garantimos as boas estradas a unir todos os locais históricos a testemunhar a metamorfose de uma ordem religiosa que dominou o mundo. Adaptando-se ao longo dos séculos, governando e conquistando tudo por onde passaram. Esta é uma das rotas mais intrigantes de Portugal que nos relembra a cada curva que ainda hoje, sobre outros domínios, a sua existência prevalece envolta em mistério.
Muito Bom! Venham mais Passeios! Obrigado pela Partilha!
Muito obrigado pelo comentário José Morgado 🙂 Boas curvas
Olá . Outra sugestão dentro da cidade de Tomar
PIZZARIA MUNDO DAS PIZZAS, com tamanho de roda de mota (50cm) e com descontos para motard
Consultar informação no site http://www.mindodaspizzas.com
Olá Catarina! Muito obrigado pela sugestão. temos de ir ver isso 😉
Recomendo também dentro de Tomar, na estrada que vai do centro para o Convento, o Amor Lusitano – A Portuguese House. Um restaurante de tapas com opções muito interessantes e com excelentes preços. Local espetacular. https://www.facebook.com/amorlusitano.pt
Muito obrigado pela dica Luís! Boas curvas 😉
Descobri recentemente o vosso Quilometro Infinito e estou apaixonado mas roido de inveja pelos vossos passeios . O Quilometro Infinito é excelente pelos passeios e dicas e tambem pelo vosso interesse nao apenas em mostrar rotas e passeios mas tambem em divulgar a cultura e costumes dos locais e gentes por onde passam , bem hajam!
Não tenho um “motão” como o vosso mas acham que os passeios que sugerem podem ser acessiveis a uma Maxiscooter ( em vias de possuir uma Metropolis SW 400 ) ?
Um abraço e mais uma vez parabens pelo fantastico Quilometro Infinito.
Olá Pedro! Bem vindo ao Quilómetro Infinito! Os nossos passeios podem ser feitos de qualquer maneira! A pé, de bicicleta, de Casal Boss, de motão, de carro, caravana..etc eheh Boas curvas e felicidades sobre rodas! 🙂