Córsega e as melhores estradas para percorrer de mota
De mota pela Col de Bavella, Col de Sorba e Col de Verde. A palavra ”Col” é para nós muito apelativa, não fosse esse o nome usado pelos franceses para descrever as estradas onde se gastam as zonas laterais dos pneus a curvar! Sim, são aquelas que serpenteiam e serpenteiam durante quilómetros a fio, e das quais nunca nos cansamos.
A Col de Bavella, Verde e Sorba são isso mesmo, as estradas que atravessam a Alta Córsega em zigue zagues, e que valem cada quilómetro das estradas D268 e D69. Representam cerca de 160km de um belo passeio por entre montanhas, e ao percorrê-las testemunha que a Córsega é uma ilha com muito mais do que apenas fabulosas praias.
Durante uma viagem de mota pela Córsega, foram incluídas no roteiro de um dia de saída das paradisíacas praias de Porto Vecchio, para o interior das montanhas rumo à histórica cidade de Corte, antiga capital.

Col de Bavella, Col de Verde e Col de Sorba
A grande altitude e nem sempre de fácil acesso, rumo ao interior selvagem da ilha por entre bosques deslumbrantes, está no caminho de descoberta da alma da Córsega. Percorre o Parque Regional da Córsega que pinta de verde cerca de 2/3 do mapa da ilha, e a Col de Bavella, Col de Verde e Col de Sorba representam três das estradas panorâmicas que o guiam pela imensidão da sua beleza natural.
Col de Bavella
A Col de Bavella é o primeiro passe de montanha do dia. Com o cristalino mar azul turquesa a perder-se de vista, a panorâmica D268 conduz ao interior da ilha pelas cordilheiras onde as Aiguilles de Bavella se impõem.
Considerada uma das estradas mais deslumbrantes da Córsega pela sua paisagem natural , a Col de Bavella é uma rota de muito movimentada nos períodos de Verão.
A curvilínea e pequena estrada percorre as montanhas que lhe deram o nome, com vistas de tirar o fôlego para as avermelhadas Aiguilles de Bavella. Os majestosos picos rochosos que acima dela se apresentam, intercalam vistas do percurso do rio Solenzara por entre florestas de grandes pinheiros.
No final da rota panorâmica de Bavella, Zonza é a pequena aldeia que o recebe. Com as montanhas como fundo, oferece vários locais para um almoço enquanto contempla o percurso que acabou de percorrer. As charcutarias e todas as especialidades regionais são deliciosamente cozinhadas em qualquer local, e é quase impossível resistir-lhes!


Percurso até encontrar Col de Verde e Col de Sorba
A partir de Zonza e rumo a norte pela D69, encontra várias etapas mais demoradas. Apesar de pavimentada, a estreita estrada apresenta, por vezes, superfície em más condições. Requer condução mais lenta, cuidadosa e sempre com a certeza de encontrar porcos selvagens e outros animais que abundam pelos bosques. É comum encontrá-los a passear pelas pouco movimentadas estradas e a repousar nas suas bermas.


É assim o caminho inicial a percorrer para alcançar Col de Verde e Col de Sorba. Pequenos vilarejos a relembrar o estilo medieval, isolados e distantes entre si se encontram. São alternados por zonas de densas e verdejantes florestas, onde o azul do céu é ofuscado pelos enormes pinheiros que quase nele tocam.
Col de Verde e Col de Sorba
Saídos do modo selvagem e das zonas de intensa vegetação, a linha do horizonte abre-se para um cenário deslumbrante. O tipo de pavimento muda e a excelente qualidade da sua construção traz a diversão pelos Col’s de montanha.
E se em etapas anteriores fizemos quilómetros sem nos cruzarmos com um único companheiro motard, por aqui surgem todos eles em busca do mesmo do que nós. Vindos de sul, Col de Verde é a primeira a receber-nos, mas Col de Sorba é o auge das curvas sinuosas!
Ao contrário de Col de Bavella, é uma estrada com pouco movimento e parece que só os motards a ”conhecem”. Em todo o percurso não nos cruzámos com um único veículo. Mesmo sendo mês de Junho, caravanas e autocarros de excursões não se cruzaram connosco. Por nós tudo bem!
Sendo um percurso numa zona tão remota, onde se percorrem quilómetros e poucas aldeias se encontram, é importante pensar nos postos de abastecimento! Nem todas as aldeias os têm à disposição, e as que têm ao fim de semana estão fechados!
Não será preciso contar-lhe como descobrimos tal pormenor, mas podemos partilhar que caso tenha de procurar o proprietário do posto de abastecimento ele morará por perto! Peripécias à parte, garanta que ao realizar este percurso tem autonomia suficiente.





Corte, o centro histórico da ilha e final do percurso
Corte é a cidadela que exibe um castelo empoleirado e conhecida como a mais corsa das cidades. Por lá inúmeras decisões históricas foram tomadas e é local onde a única universidade da ilha se encontra.
Com o dia repleto de diversão em estradas sinuosas, é o local que se recomenda para pernoitar. A chegada ao fim do dia à cidadela, é uma agradável oportunidade para deambular pelas suas ruas, restaurantes e lojas de produtos regionais.
Um passeio entre muralhas e praças permite absorver toda a história do local, além de apreciar o cenário das altas montanhas e rios que cercam a cidade.
Booking. com facilitou a procura de alojamento. A escolha recaiu para uma das inúmeras casas de turismo rural que a vários preços pelos arredores se encontram.


Quando ir
A ilha Córsega têm um tipo de clima misto, dada a sua variedade geográfica mesmo em tão pequena área. Nas zonas junto à costa o clima é o Mediterrânico, ameno e húmido no Inverno e quente e seco no Verão.
Já nas regiões montanhosas surge a repentina transição para o clima Alpino. Durante o Inverno atingem temperaturas negativas que salpicam de branco as montanhas escarpadas, cuja altitude ronda os 2700 m.
Assim recomenda-se que a visita à ilha e travessia desta fabulosa rota panorâmica, seja efectuada entre os meses de Maio a Outubro. Época em que o céu cinzento e carregado de nuvens deu vez aos dias quentes e soalheiros. Se possível evitar os meses de Julho e Agosto. Época alta na região que, como em tantas outras, além das temperaturas extremas para andar de mota, se enchem de visitantes em busca de diferentes perspectivas!
Mais uma viagem espectacular! Mais uma excelente crónica!
Obrigado José Morgado! Felicidades!