Pensa numa viagem de mota aos Alpes – Dicas e Informações Práticas de viagem aqui! Tem algumas dúvidas sobre o destino e precisa de saber alguma informação? A primeira e mais importante é que ser motociclista pelos Alpes é sentir-se em casa.
Localização geográfica
Antes de passar aos detalhes práticos que ajudarão numa viagem pelos Alpes, fazemos um breve enquadramento geográfico para que saiba exactamente reconhecer as inúmeras opções alpinas com potencial motociclístico de categoria 5 estrelas!
Os Alpes são a cadeia montanhosa mais alta e mais extensa da Europa. O seu ponto mais alto é o Monte Branco com cerca de 4810 m de altitude, situado na fronteira entre França e Itália.
A cadeia montanhosa alpina estende-se por centenas de quilómetros e atravessa vários países: França, Eslovénia, Áustria, Itália, Alemanha, Liechtenstein, Suíça e Hungria. Em todos eles a diversão é garantida!
Viagem de mota aos Alpes – Dicas e informações
As nossas preferências pelos Alpes?
Melhor estrada alpina:
Melhores circuitos alpinos:
Locais menos conhecidos que valem a pena:
Ser motociclista nos Alpes – Ambiente e Segurança
São milhares os companheiros com quem se vai cruzar e em nenhum local sentirá descriminação ou qualquer tipo de insegurança. Poderá estar parado na berma de uma bela estrada a apreciar o que o rodeia, que de certo algum companheiro o abordará a qualquer momento questionando se está com algum problema e se precisa de ajuda.
Por toda a extensão alpina, não importa em que país circule, as duas rodas e o barulho do ecoar dos motores pelas montanhas estará presente. Cruzar-se-á com todo o tipo de máquinas vindas de diversos países em busca da mesma diversão. Das de baixa cilindrada às de alta cilindrada. Das mais novas às mais antigas! Das clássicas às dos últimos modelos! O que interessa é o espírito motociclista e por lá ele está bem presente.

Muitos serão os locais onde vai encontrar a sinalética de ”Biker Welcome” ou ‘‘Biker Point”! Onde quer que passe, haverá inúmeros restaurantes, esplanadas e alojamentos com a indicação das preferências dos motociclistas! Normalmente garagem fechada é a principal.
Procura um roteiro de viagem pelos Alpes? Consulte: Roteiro de 15 dias por 35 das melhores estradas de montanha nos Alpes.



Parques de Estacionamento pelas vilas e cidades
Esteja numa pequena aldeia ou numa grande cidade, esperará sempre por si um estacionamento gratuito e privilegiado. As motas têm acesso aos centros históricos das cidades e pode estacionar facilmente junto a qualquer monumento que se prepare para visitar. Mesmo que queira apenas encontrar um local para uma refeição ou uma bebida, estacionar e circular nos melhores locais está ao alcance apenas das duas rodas.
Caso o parque esteja fechado por uma barreira que apenas abre com a retirada de ticket para pagamento, repare que entre a barreira e o lancil terá espaço para as motas passarem. Esta é uma prática muito comum e no interior estará uma placa a informar onde estacionar as motas.


Estacionamento durante o período da noite (Rua ou garagem fechada?)
Quando escolhemos alojamento é esta a questão que sempre se coloca. De viagem para viagem adaptamos as nossas escolhas e, para o nosso caso em particular, penso que chegamos à solução ideal.
Muitos companheiros motociclistas não têm o mesmo nível de preocupação em relação ao estacionamento das suas máquinas. Mas nós temos aquela ligação sentimental que nos faz não dormir descansados se ela não ficar bem instalada. Se é como nós, eis o princípio que seguimos para resolver a questão de forma mais agradável e económica:
Alojamentos em cidades ou aldeias?
Inicialmente com a tendência de eleger as cidades para pernoitar, além dos preços superiores de alojamento havia a preocupação de encontrar locais com parque fechado.
Sim! Nas cidades continuamos a achar que é cada vez mais importante não deixar a mota na rua durante a noite, não importa em que país europeu esteja.
Nesta opção os custos de parque começavam a ”pesar” no orçamento depois de alguns dias, pois eram cobrados ao mesmo preço de um carro (normalmente para ”enfiar” as motas em ”qualquer cantinho”). Podem cobrar 25 Eur/dia de parque para uma mota se estiver no centro de uma grande cidade.
Hoje em dia procuramos a tranquilidade das aldeias e pequenas vilas, onde nos hospedamos em pequenas casas de turismo rural e os chamados Bed & Breakfast. Por lá deixamos muitas vezes a mota estacionada na rua sem medos ou inseguranças. Dormirá tão bem quanto nós a apreciar a paisagem que a rodeia. No dia seguinte já estará pronta para continuar a rota pelas montanhas.
Pela Suíça, Áustria, Eslóvenia e Alemanha é este o princípio que seguimos quando marcamos alojamento. Por sua vez em França ou Itália mantemos um cuidado especial ao de escolher um parque privado, quer estejamos em aldeias ou cidades.

Facilidade de encontrar Bombas de Gasolina
Os Alpes apresentam extensas zonas montanhosas e as estradas que por elas nos conduzem. Mas nem por isso são desprovidos de tudo o que lhe será necessário para por lá passear.
É muito fácil encontrar bombas de gasolina para onde quer que circule. É claro que na maioria das travessias de alta montanha os percursos são apenas por entre a estrada e a natureza.
Não há aldeias em redor e portanto alguns serviços também não. Mas de certo que na sua descida ou subida encontra local para abastecer, nunca mais distante de 20 a 30km. Encha o depósito da mota antes da subida a uma estrada de montanha se estiver próximo da reserva.
Neste aspecto, e porque pelos Alpes muitas vezes ultrapassa várias fronteiras no mesmo dia, pode estar atento aos preços dos combustíveis entre fronteiras e gerir a situação para abastecer no local mais barato.
Apenas deve ter especial atenção durante os fins-de-semana e feriados. Nestes dias, e em especial nos locais mais isolados, os postos de abastecimento podem estar encerrados ou em sistema de pré-pagamento.
Franquias em bombas de gasolina em pré-pagamento
Existem algumas bombas de gasolina a funcionar com o sistema de pré-pagamento utilizando cartão de crédito. Não somos adeptos do método e tentamos evitar este tipo de serviço. Em alguns países (França e Suíça), de modo a garantir o pagamento, é cobrada uma franquia no cartão de crédito antes de abastecer (geralmente 200Eur). Esse valor é posteriormente creditado (máximo 15 dias), mas é uma preocupação extra que evitamos.

Quer conhecer melhor os nossos métodos de poupança em viagem em alojamento e combustível? Consulte aqui: As nossas dicas para viajar mais de mota
Circulação nas estradas
Qualidade das estradas
As estradas pelos Alpes são, na sua maioria, de excelente qualidade. Muitas vezes a mais pequena estrada de montanha apresenta o pavimento impecável e permite que desfrute da condução. Pela Áustria e Suíça são raras as vezes que encontra algo fora do sítio, e se assim for, estarão obras a decorrer para reparação.
Por sua vez pela Itália, poderá por vezes encontrar alguns troços de montanha com piso de má qualidade. Mas nada que o impeça de o percorrer.
As estradas alemãs mantêm o mesmo registo. Certo é que, na região sul pelo menos, as auto estradas são caóticas. Muito movimento, piso de terrível qualidade, ideal para testar a suspensão e a tolerância das costelas. Estão numa fase em que necessitam de mais auto estradas, pois já não é possível conduzir a aproveitar a falta de limites de velocidade impostos por lei.
Por lá e durante quilómetros encontram-se filas de trânsito quase parado de camiões e todo o tipo de veículos. Circula-se assim em marcha lenta. Em dias de calor tornam-se infernais e mesmo que de mota consiga passar, recomenda-se que as evite.
Controlo de velocidade por radares
Os limites de velocidade na aproximação às cidades e aldeias são muito frequentes, devem ser respeitados e levados a sério. Em especial na Suíça, Alemanha e Áustria é cada vez mais comum o controlo através de radares fixos (quase imperceptíveis) e em radares móveis localizados dentro das viaturas das autoridades. Estrategicamente colocados nas zonas de limite máximo 30 km/h e 50 km/h é importante estar atento e cumprir os limites.
Os habitantes locais conduzem respeitando os limites de velocidade de forma muito rigorosa. Algo a que nós não estamos habituados. Assim, pode estar a circular a 90 km/h que, se de repente a sinalização mudar para 50 km / h, a travagem repentina de um carro que siga à sua frente será uma certeza. Mantenha distâncias de segurança.

Condução em Itália e nas zonas de fronteira com o país
Em especial durante os fins de semana e feriados em Itália, é necessária especial atenção também aos motociclistas italianos. São dignos de referência pela maneira pouco respeitosa com que conduzem, até mesmo para com os seus companheiros.
Talvez por pensarem que conhecem as estradas da sua ”casa” se dêem ao luxo de ultrapassar em curvas sem visibilidade, conduzirem em excesso (muito excessivo) de velocidade e poucas vezes dentro do seu sentido de trânsito. Estar atento e esperar que passem é aconselhado.
Ciclistas
A relação entre ciclistas e motociclistas é um assunto sensível! A eterna questão sobre quem chateia quem, será sempre algo que se poderá discutir sem nunca chegar a grande conclusão. Suponho que alguns só se compreenderão quando os papéis se inverterem e experimentarem o que cada um sente em determinadas circunstâncias.
Certo é que, cada vez mais em estradas de alta montanha, nos cruzamos frequentemente com ciclistas que conduzem e ocupam os locais de pouca visibilidade colocando em risco a sua integridade física e a de quem com eles se cruze.
Se para uma mota descer uma curva sinuosa numa estrada íngreme a grande velocidade será algo pouco provável, para uma bicicleta será muito frequente, mas nem sempre dentro da faixa de trânsito que lhes é devida.
Reparamos também, que muitas vezes quando ultrapassamos bicicletas estamos a ser insultados em várias línguas. A imagem abaixo foi a fotografia que resultou de uma ultrapassagem numa curva sem visibilidade quando um ciclista decidiu sair da sua linha e interceptar o nosso caminho.Atenção aos ciclistas que nem sempre são conscientes na sua maneira de pedalar.

As curvas nas Passagens de Montanha
Em locais de visibilidade pelas passagens de alta montanha, as curvas sinuosas são cheias de adrenalina dada a sua geometria característica. Mas sempre que surgir um camião ou autocarro, antecipe que poderá acontecer o mesmo que na imagem abaixo. É uma situação frequente, especialmente durante os fins de semana e feriados. Normalmente paramos um pouco e aguardamos a passagem.

Portagens
Em relação às portagens certo é que as tentamos evitar ao máximo, pois estamos sempre de olho nas melhores e mais panorâmicas estradas. Mas é um facto que por vezes o roteiro do dia apresenta algumas estradas menos convidativas e a auto estrada é a forma de as contornar.
É também a nossa opção para os primeiros e últimos dias para as grandes travessias de Espanha e França. Permitem-nos a chegada mais rápida ao destino final oferecendo-nos mais tempo para o que realmente nos leva aos Alpes. Assim em função do país explicamos o seu princípio de funcionamento no que às portagens diz respeito.
Pagamento de Portagens Antecipado
A Suíça, Áustria e Eslovénia têm um sistema de pagamento de portagens baseado na compra de um dístico para colar na mota em local visível.

No caso particular da Suíça e seu espírito capitalista, o dístico a comprar ronda os 50 Eur e é válido por um ano. Não importa se apenas quer circular durante uns dias.
No caso da Áustria e Eslovénia, existe a possibilidade de comprar o dístico a rondar os 7 Eur por curtos períodos de tempo. Uma semana, quinze dias, um mês, etc. Basta escolher o que melhor se enquadra no tempo que permanecer no país e a partir daí circular quantas vezes quiser.
Em qualquer um dos países, podem ser facilmente adquiridos em inúmeros locais. Junto às zonas de fronteira, nas áreas de serviço ou em vários quiosques pelas aldeias e cidades.

Pagamento de Portagens Imediato
A travessia de Espanha em auto-estrada é na sua maioria gratuita. Com a excepção do País Basco e Catalunha onde o preço e método de pagamento das portagens é equivalente a Portugal (demasiado caro para motas). Certo é, que o trânsito excessivo de camiões na maior parte das estradas alternativas nunca nos faz ponderar sair da auto estrada.
O sistema de pagamento de portagens em França está a ser renovado com as obras de reabilitação de muitas auto estradas. Existem muitos locais onde o sistema de pagamento é igual ao Português em que se retira o ticket na entrada e se paga na saída.
Mas por muitos quilómetros ainda encontra o arcaico e cansativo modelo original, onde o pagamento é realizado em praças de portagem dispostas pelo caminho. Mas em vez de pagar na entrada e na saída do seu percurso, vai encontrar muitos locais para parar diversas vezes para pagar 20 Cênt, 80 Cênt, 1Eur …, etc.
Já no caso da Itália, o sistema de auto estradas é semelhante ao de Portugal. A retirada do ticket na entrada e o pagamento na saída a preços equivalentes aos do nosso país.
Mas as melhores mesmo são as da Alemanha! Essas, além de não terem limites de velocidade (salvo quando indicado), são completamente gratuitas.
Quando ir
O período de Verão, entre Junho a Setembro, é a altura ideal para uma viagem de mota aos Alpes. Não só porque a probabilidade de chuva desce e as temperaturas se tornam mais amenas.
Mas também porque, sendo uma região que no Inverno se pinta de branco pela neve, impossibilita a circulação nesse período. A maioria das estradas de montanha estão abertas apenas durante os períodos de Verão. Pelo que se quer garantir que as percorre, o Verão é a época ideal para o fazer.
Vai aos Alpes durante os restantes meses do ano e quer percorrer nem que seja uma ou duas passagens alpinas? É possível em alguns locais onde as estradas estão abertas durante o Inverno e são limpas diariamente. Veja este nosso artigo:
O mundo das estradas panorâmicas de montanha dos Alpes Suíços – O Top 6 nos arredores de St Moritz

Por fim e com o princípio que sempre seguimos: Ir e por lá logo se vê! Faz parte da aventura e por muitas dicas e informações que possamos ter (sempre bom ter uma ideia), por lá descobrimos sempre algo de novo. Umas vezes bom, outras vezes mau, mas nunca tão mau que nos tenha feito algum dia desistir. Muito pelo contrário, quanto mais andamos de mota mais queremos andar. Terminamos dizendo que é isso mesmo que deve fazer: ir e aproveitar ao máximo. Trazer muitas histórias para contar e os pneus para trocar.
Muito bom, bem esplicado, ta nos meus planos um dia ir por esses caminhos,boas curvas
Obrigado Sérgio 🙂 boas curvas
Tudo muito bem explicadinho! Excelente!
Excelente artigo com as dicas realmente importantes, de motociclistas para motociclistas. Está nos planos levar lá a Transalp. Obrigado
Muito obrigado Fernando! Leve lá a Transalp que ela agradece 😉 Boas curvas!
Excelente matéria, aliás, como sempre.. obrigado pela preocupação no compartilhamento.
Gde abç
Eduardo Presoti
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P.S. Portagem = pedágio (termo que conhecemos)… para alguns, o termo portagem soa estranho.
Muito obrigado por sua mensagem Eduardo! Vou incluir o termo pedágio também para que nossos companheiros do Brasil melhor entendam! Obrigado por acompanhar o nosso blogue. Boas curvas até ao Brasil!