Para os mais distraídos, a Triumph Tiger 900 Rally Pro foi a nossa companheira de duas rodas durante os 9 dias de um roteiro de viagem de mota pelas ilhas Faial, Pico e São Jorge, nos Açores. Infiltrada num transporte de motas de um tour do nosso parceiro Longitude 009 e disponibilizada pela Triumph Portugal. Tornou-se assim possível experimentar esta máquina pelas belas estradas do arquipélago.
Agora, e depois de muitas perguntas acerca da mota, decidimos partilhar neste espaço a nossa opinião pessoal acerca da Triumph Tiger 900 Rally Pro. É importante salientar que este não é um comparativo. É apenas o nosso review, de condutor e pendura, de uma mota onde fizemos cerca de 1600km por vários tipos de estradas: on road, off road e qualquer coisa entre os dois.



Qualidade de condução e sistema de travagem
Esta mota, com cerca de 200kg de peso, é uma ágil e veloz bicicleta. Com um motor que desenvolve e dá resposta sem decepcionar. Assim resumimos em poucas palavras a qualidade de condução da trail média cilindrada Triumph Tiger 900 Rally Pro. Nas 2 rodas equipa com Brembo. Marca de reconhecida qualidade no mercado, e que mais uma vez cumpre o seu propósito sem reservas. Garantindo que, no que toca à segurança, não podíamos estar melhor entregues.


Suspensão
A suspensão da Triumph Tiger 900 Rally Pro é aqui aquela particularidade a destacar, e um dos mais importantes factores para a qualidade do passeio. Foi de facto uma surpresa pela positiva como lidou sem perder performance mesmo carregada com pendura e bagagem. Vem equipada com suspensão Showa em ambas as extremidades, com ajuste possível para carga e sem carga.
A suspensão da Tiger consegue ser firme e precisa, sem ter de nos castigar com uma pancada seca nas costas nas situações em que não foi possível evitar alguma gigante cratera do piso. A mota aguenta sem perder compostura, não deixando transparecer nenhum ruído mesmo em pisos “impróprios para consumo”.
Equipamento
O modelo Rally Pro estabelece um novo nível de oferta de mercado com extras de um modelo topo de gama. Vem brutalmente bem equipado! Aos seis modos de condução adiciona o quick shift, o sistema de monitorização da pressão dos pneus, o sistema de connectividade My Triumph , os 2 bancos aquecidos, luzes de nevoeiro LED, as protecções, etc.
Apesar de ser uma moto de trail, e o seu nome ser tendencialmente virado para o off-road, a Tiger 900 Rally Pro vem equipada com uma série de extras que normalmente se vêem mais em motas de turismo: bancos aquecidos para o condutor e pendura, cruise control, iluminação completa LED incluindo faróis de nevoeiro. E no que à iluminação diz respeito, eis outra particularidade fabulosa: no modo noturno, todos botões da mota estão iluminados! E isto é fantástico! Um pormenor… mas muito fixe!
Em relação ao quick shift, não é uma funcionalidade que nos agrade utilizar. Por sua vez, e entrando apenas neste ponto em comparações, convém referir que ainda não tem a suavidade dos melhores quick shift que já testámos, mas está bem além do desempenho rude de alguns. Ainda assim, eu continuo a preferir, e a confiar, mais no João a meter mudanças. E o João continua a preferir ele próprio tomar rédea da situação. Vamos lá conduzir à moda antiga…
Protecções
Já referimos as protecções incluídas? A tendência do mercado tem vindo a ser lançar motas pouco equipadas no que às protecções diz respeito, obrigando um utilizador minimamente preocupado a investir em extras. A Triumph Tiger 900 Rally Pro vem equipada com as barras de protecção de motor e protecção de cárter. O que a deixa preparada para uma eventual queda num percurso fora de estrada ou para um descuido entre manobras.
Electrónicas
Cheia de eletrónicas e sensores, o que desperta a atenção de imediato é o enorme ecrã de 7” diante dos nossos olhos. Na nossa opinião pessoal, um ecrã à moda antiga é mais do nosso agrado. Por sua vez, a tela do ecrã é nítida e com informações como a pressão dos pneus, autonomia, combustível, velocidade, temperatura ambiente, horas etc.
A Triumph vem com uma série de recursos que se tornam presentes só nos modelos mais equipados: controlo de tracção aliado aos modos de condução adaptáveis ao tipo de utilização a realizar. Rider, Rain, Road, Sport, Off Road e Off Road Pro são as opções disponíveis alteráveis em poucos segundos com um simples toque num botão. Isto, desde que se esteja parado! Porque qualquer configuração que influencie o controlo de ABS e o controlo de tracção só poder ser alterada quando a mota está parada.
Para a nossa viagem de mota pelos Açores com carga e pendura, utilizámos o modo Rain para momentos de chuva intensa e o modo Road na maioria do percurso. Para os acessos fora de estrada foi no modo Off Road que seguimos.
É ainda importante referir que o utilizador pode ainda configurar o seu próprio modo de condução “brincado” com ABS, controlo de tração, aceleração, etc.
Off Road Pro – modo de condução que desliga electrónicas
Nos modos de condução disponíveis encontramos outra particularidade a referir: o modo Off Road Pro. Aquele que se crê ser a maneira que a marca utilizou para desligar todas as ajudas à condução. O modo Off Road é concebido para condutores com menos prática em condução fora de estrada, adaptando a “magia” da electrónica no auxílio para a maioria dos cenários possíveis. Por sua vez, um experiente condutor que queira ter domínio total e sem filtros sob a condução fora de estrada, tem no modo Off Road Pro essa possibilidade.

Consumos
”Ou estas ilhas açorianas são maiores do que imaginávamos ou esta Triumph está a pedir para ir à bomba de gasolina mais cedo que que esperávamos”. Eis o nosso pensamento acerca da frequência com que a autonomia no ecrã da Triumph nos dizia que tínhamos de visitar em breve a próxima bomba. Para abastecer novamente aquele depósito de 20L. O motor dá uma boa resposta, o desempenho não se perde com carga e pendura, mas isso nota-se no consumo que supera a média dos 6 l /100 km. O que não é excepcional.
Feedback da pendura sobre a Triumph Tiger 900 Rally Pro
”If mama ain’t happy ain’t nobody happy”. Fica mais profundo escrever isto em inglês não é verdade? Mas se não percebem nada da língua, vamos lá traduzir isto deixando a mensagem que importa: ”Se a mulher não está feliz, então ninguém está feliz!”. Achei a mensagem indicada para iniciar a partilha da minha opinião pessoal acerca da mota que foi a nossa companheira de viagem nos Açores.
Do ponto de vista da pendura a avaliação foca-se essencialmente no conforto. E, para quem anda habitualmente numa mota de touring os padrões estão muito elevados. Mas continuo a afirmar que não é algo que possa comparar, uma trail de média cilindrada e uma touring de alta cilindrada são motas muito distintas. Por sua vez, apesar de inicialmente algo apreensiva com o desempenho da mota, é de referir que foi com enorme surpresa que conclui que a Triumph Tiger 900 Rally Pro não é a dureza que temia.
Apesar de carregada com bagagens e pendura, a suspensão continuou a desempenhar o seu papel na perfeição, tornando a experiência de viagem igualmente agradável. Em estrada ou fora de estrada, o impacto no lugar do pendura é muito minimizado revelando uma suspensão de boa qualidade. Factor essencial ao conforto. Em alguns dias fizemos cerca de 250km por estradas pequenas e retorcidas. E mesmo assim não notei desconforto. Creio que serão as etapas com muitos quilómetros a maior velocidade que revelarão a falta dos elementos de protecção aerodinâmica.
Alguns ajustes
Do ponto de vista de banco e altura de pousa pés, se a Triumph Tiger 900 Rally Pro estivesse na nossa garagem, teria de ser ajustada à minha altura (1,65metros). A posição de flexão dos joelhos, em especial nas estradas de maior inclinação, cria uma elevada tensão que causa desconforto.
O formato inclinado do banco, faz com que escorregue nas mesmas circunstâncias forçando as mesmas zonas. Por sua vez, as barras que ladeiam o banco do pendura, estão na posição e tamanho ideal para o pendura se agarrar facilmente. Esta questão é para mim um detalhe possível de acontecer em qualquer mota. Na nossa GSA1150 tivemos de fazer a mesma correcção pelo mesmo motivo. Todas as motas tem de ser ajustadas à fisionomia de cada um, e é natural que este tipo de detalhes não abranjam todo o leque de alturas de possíveis condutores e passageiros quando as motos saem da linha de produção em fábrica.
Conclusão? Sabem aquela sensação de plástico “rasca” que cada vez mais é comum no mercado das 2 rodas? A Triumph Tiger 900 Rally Pro não a passa. Uma agradável surpresa. A Triumph Tiger 900 Rally Pro foi aprovada pelos dois! E sem dúvida seria uma máquina que não nos importaríamos de ter na nossa garagem.

Olá Patrícia e João “Infinito”,
Desde já muitos parabéns pelo vosso blogue e partilha de aventuras.
Já sigo o blogue há algum tempo e foi com agrado que vi esta review.
Deixo-vos o desafio de dar mais contributo do género, não só de motas mas também de acessórios, vá, essenciais.
Por exemplo, já usaram o GPS Beeline Moto?
Saudações,
Até ao infinito e mais além!
Olá Rafael tudo bem? Obrigado pela mensagem e pela sugestão eheh Quanto a ela, resta-nos dizer que existem neste espaço outros reviews de equipamento que utilizamos mas, naturalmente, não podemos dar feedback de algo que não usamos. Não conhecemos esse GPS e estamos contentes com o Garmin Xumo XT (com review aqui também). Para podermos fazer comparativos, reviews, etc de vários equipamentos teremos de ter o suporte das marcas facilitando o envio para podermos experimentar e partilhar (porque se estamos contentes com 1 gps não vamos comprar outro eheh transversal a todo o equipamento). Tentaremos dar o nosso melhor com aquilo que já usamos. Se for bom estará aqui. Se for mau estará aqui dito também. Boas curvas e obrigado!