É difícil resumir rotas a não perder numa viagem de mota aos Alpes. Afinal, são a mais alta e mais extensa cadeia montanhosa da Europa. Representam sobre o terreno milhares de quilómetros, centenas de povoações atravessadas, e quase uma dezena de países. Áustria, Eslovénia, Hungria, Itália, Suíça, Alemanha, Liechtenstein, Mónaco e França são alguns onde, numa pequena ou grande parte do seu território, as montanhas alpinas estão presentes.
Em tão grande extensão, será difícil um dia dizer que já não há cantinho pelos Alpes que nos tenha escapado. Mas continuamos a tentar com todas as nossas forças, percorrer cada quilómetro de algumas das melhores estradas de curvas do mundo. Breve perdemos a conta do número de vezes que rumámos ao Alpes. Seja num roteiro inteiramente a eles dedicado, seja a optmizar o regresso a casa depois de um roteiro mais distante.
Com todas essas passagens, creio que estamos já com uma boa ideia para resumir pelo menos 7 rotas a não perder numa viagem de mota aos Alpes. Aquelas que devem, obrigatoriamente fazer parte de um roteiro pela região. Segue-se a nossa lista, baseada na nossa experiência pessoal, e que recomendamos com afinco, para qualquer um que planeie um roteiro até às mais altas montanhas da Europa.
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7 Rotas a não perder numa viagem de mota aos Alpes
1 – Grossglockner Hochalpenstrasse, Áustria
Situada na Áustria, região do Tirol, a Grossglockner Hochalpenstrasse é o ponto mais alto do país, e a segunda montanha mais proeminente dos Alpes, depois do Monte Branco. A montanha atinge os 3797 metros de altitude e a estrada os 2423 metros. Estamos muito inclinados para dizer que esta é, para nós, a melhor, mais fantástica e mais espectacular estrada da Europa para conduzir de mota!
A qualidade do traçado que se prolonga entre geniais curvas por cerca de 50km, as soberbas paisagens naturais atravessadas que nos devolvem um emocionante horizonte panorâmico, e o estado impecável do piso que nos permite desfrutar em segurança do prazer da condução. São estes os factores que nos fazem saltar à memória de imediato quando nos perguntam: qual a melhor estrada da Europa? É o Grossglockner, na Áustria.
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Dica para alojamento no Grossglockner
Definir a chegada à região no final da tarde. Assim, caso no dia de chegada esteja nublado ou a chover, aumentam-se as probabilidades de ter mais sorte no dia seguinte. Heiligenblut é a aldeia na montanha que elegemos para pernoitar sempre que visitamos o Grossglockner. É a porta de entrada na região sul do percurso e um lindíssimo lugar. Pension Edelweiß ou Haus Marienheim são dois alojamentos muito bons para ficar, com preços que rondam em média entre os 60eur a 80eur dependendo da época e disponibilidade.
2- The Great Dolomites Road, Itália
As Dolomites, no Norte de Itália, apresentam-nos alguns dos picos montanhosos mais majestosos do planeta Terra. Sempre por entre cristalinos lagos de cor e transparência de pedra preciosa, imponentes montanhas, vegetação de verde reluzente e o tom esbranquiçado característico à rocha predominante. Por entre tão panorâmicas paisagens, foi desenhada uma estrada que as atravessa. Entrando no coração montanhoso das Dolomites, proporciona uma experiência de condução única, entre Bolzano e Cortina d’Ampezzo. É destacada pela UNESCO pelo Património Natural e denominada por Great Dolomites Road.
Nós, como procuramos sempre mais do que aquelas rotas traçadas por outros, decidimos que a nossa Great Dolomites Road deve contemplar um desvio a Corvara in Badia. Aí sim, percorrerá a totalidade do melhor que há de melhor nas Dolomites.
Entrar no coração das Dolomites, é ganhar altitude enquanto as paisagens montanhosas peculiares e avassaladoras nos conquistam a cada curva. Colinas arborizadas e vales verdejantes, enquadram as montanhas mágicas que se multiplicam em redor. A Great Dolomites Road engloba a passagem por vários passes alpinos, sendo o seu ponto mais alto atingido no Passo Pordoi, aos 2239 metros de altitude.
De tantas montanhas são feitos os Alpes pensam vocês não é verdade? Porque é que as Dolomites se tornam distintas? Porque é das poucas regiões alpinas onde a rocha dominante é o calcário dolomítico, responsável pela unicidade de paisagens que as caracterizam. Quer no seu processo erosivo, quer no esplendor da sua existência. Não esquecendo a tonalidade verde esmeralda num misto de azul turquesa que confere a todos os lagos e riachos que as atravessam.
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Dica para alojamento nas Dolomites
Para visitar a região recomendamos pelo menos 2 noites nas Dolomites e aproveitar todas as estradas que oferecem. Corvara in Badia, Colfosco, San Cassiano ou Arabba são aldeias de montanha centrais que permitem um bom roteiro circular. Chegar por uma lado, fazer um tour circular no dia seguinte de bagagens vazias, e sair por outro lado no terceiro dia. Garni La Tranquilité, Hotel B&B Frohsinn ou Pensão Edelweißhütte são alguns dos alojamentos que podemos recomendar.
3 – Andermatt e o novelo obrigatório, Suíça
Já repararam que existem zonas nas montanhas alpinas, que fazem parte desta lista pelo seu conjunto de estradas a curta distância e não apenas por uma única não já? Como é que eu posso falar da região de Andermatt e escolher o Furkapass em vez do Susten. O Nufenen em vez do Gothard, ou o Grimsel em vez do Klausen? Não é possível! E é por isso que ao número 3 desta lista chamo o novelo de Andermatt! O nome, é facilmente compreendido quando se interpreta esta rota sobre o mapa. O roteiro dificilmente será esquecido depois de viajar de mota por tão nobres paisagens.


Dica para alojamento num roteiro por Andermatt
Alojamento na Suíça é sempre muito mais caro. Por isso, a não ser que se encontre um preço agradável (geralmente numa reserva com antecedência) em Andermatt, sugerimos que se cruze a fronteira até Itália para dormir e jantar mais barato. Compatível com este roteiro estão as duas povoações italianas em extremos opostos: Varzo ou Chiavenna.
Dormir em Varzo oferece o percurso adicional pelo Simplon Pass, e por lá sugerimos o B&B Il Paradiso Mozzio ou o B&B Dell’Antica Osteria. Dormir em Chiavenna, oferece o percurso adicional pelo Splugen Pass, e por lá sugerimos o B&B Nonna Costantina ou o Foresteria B&B Vecchiascuola.
4 – Mangart Pass e os fantásticos Alpes Julianos, Eslovénia
O Mangart Pass é uma estrada de cerca de 25km sem saída. A subida inicia-se pela pequena cidade de Log Pod Mangartom e Strmec na Predelu, e chega ao pico do Mangartsko Sedlo.
Dizem ser a estrada mais alta da Eslovénia. Para nós, não são essas classificações que distinguem uma grande estrada. Mas é certo que o facto de estar localizada no tecto da Eslóvénia, tem tudo a seu favor. Afinal, em plenos Alpes Julianos, a Mangart Pass é uma estrada de alta montanha. E não é uma estrada de montanha qualquer: é a estrada!
De traçado estreito, altamente curvilíneo e com algumas etapas de inclinação superior a 23% é um desafiante percurso repleto de etapas de controlo de equilíbrio e adrenalina. Está localizada na fronteira entre a Itália e a Eslovénia, e sobe aos 2067 metros de altitude num anfiteatro rochoso de beleza natural brutal.
A subida não é recomendada aos mais vertiginosos. Mas eu própria que sofro de vertigens, não sigo o meu conselho! Ia lá perder aquelas vistas soberbas só por uma fobiazinha. Chego ao top meio alucinada! Na dúvida se é das vertigens ou do nível frenético que contemplar tamanha beleza me despoleta. No final, prevalece o sentimento de etapa superada enquanto desejo guardar para sempre nos meus olhos a imagem de tão perfeito horizonte: a vista para o Log Koritnica Valley, na Eslovénia, e os para os Lagos de Fusine, na Itália.


Dica para alojamento num roteiro pelos Alpes Julianos
Sugerimos Bled como local para pernoitar no Jazz Hostel & Apartments, Bled ou Glamping Ribno, Bled.
5 – Route des Grandes Alpes, França
A Route des Grandes Alpes é uma rota que atravessa os Alpes franceses, numa direção aproximada de norte a sul, e se prolonga por mais de 700 km entre Thonon-les-Bains, no Lago Léman e Nice, no Mar Mediterrâneo. Ao longo do seu percurso, são 17 as estradas de alta montanha que nos maravilham com graciosas paisagens e desafiantes traçados que conquistam o maciço alpino. A passagem de menor altitude está aos 507 metros no Col d’Eze e a mais alta no mítico Iseran aos 2764 metros de altitude.
Nunca a percorremos na totalidade do início ao fim. Mas é a nossa rota escolhida de todas as vezes que entramos ou saímos dos Alpes para iniciar ou regressar de uma viagem pela Europa. E, por isso já dela conhecemos as estradas de alta montanha suficientes para poder dizer que esta é uma rota a não perder numa viagem pela região. Galibier, Izoard, Iseran, Vars, Alpe D’Huez são alguns dos percursos obrigatórios.
Dica para alojamento pela Route des Grandes Alpes
Sugerimos um roteiro de no mínimo 3 noites para percorrer a totalidade da Route des Grandes Alpes. Como tal, Menton, Savine Lac e Albertville e arredores são opções de pernoita sugeridas para divisão das etapas diárias. Para Menton sugerimos o hotel com garagem Ibis Styles Menton. Para Savine le Lac o Camping Hotel de Plein Air ou o Les Chambres d’Orel. Em Albertville sugerimos o Le Domaine du Grand Cellier.

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6- Colle del Nivolet, Itália
No coração do Parque Nacional Gran Paradiso, em plenos Alpes Italianos, o Colle del Nivolet é um dos tesouros mais bem guardados de Itália. Assim o garantem as imponentes montanhas que o resguardam, deixando-o isolado do mundo na sua subida rumo aos 2612 metros de altitude, e numa estrada sem saída. É uma das estradas mais altas da Europa, e uma das mais belas para percorrer de mota.
Localizado no maciço alpino que traça a fronteira natural entre França e Itália, o Colle del Nivolet termina sem ligação viária ao país vizinho. Tamanha é a altitude que seria necessária vencer para o fazer. Do outro lado, estão os Alpes Franceses, e a não menos espectacular estrada que ali o atravessa o francês vale D’Isere: Col de L’Iseran.
O Colle del Nivolet é o percurso com cerca de 40 km de extensão que acompanha o vale do rio Orco, no Norte de Itália. É uma das etapas do Giro de Itália, e está escondido nas montanhas integradas na área protegida de Gran Paradiso. Faz parte desta lista de nobre distinção e forte recomendação para que seja incluído num roteiro de mota pelos Alpes.


Dica para alojamento no Colle del Nivolet
Sugerimos o B&B Valle Orco para pernoitar na região. Como o Colle del Nivolet é um percurso sem saída, programar o final de uma etapa diária na região é o que recomendamos. No B&B Valle Orco, encontramos parque privado para a mota e restaurantes e serviços a uma curta distância de caminhada.
7 – O tour de St.Moritz , Suíça
Este deve ser um problema suíço. Porque também na região de St. Moritz nos é impossível escolher um único sentido por onde passar. Seja a norte, sul, este ou oeste, não se pode sair de St Moritz sem percorrer o novelo de curvas num raio de uma dezenas de quilómetros: do Bernina ao Fluela ou do Julier ao Maloja. E a única certeza que poderemos ter é que, além das paisagens serem as mais nobres montanhas alpinas, todos os quilómetros das estradas que as acompanham estão irrepreensivelmente cuidados.
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Dica para alojamento para o Tour de St Moritz.
Novamente sugerimos cruzar a fronteira para Itália e através do Bernina Pass para uma estadia mais económica. Livigno é a zona franca entre a Suiça e Itália e o local por nós recomendado. O Hotel Bait Angial ou o Hotel Piccolo Mondo são ambos boas opções.
Mapa detalhado das 7 Rotas a não perder numa viagem de mota aos Alpes
Para consultar o mapa em detalhe, clique sobre ele ou utilize o canto superior direito para abrir directamente na página do Google Maps. Poderá fazer o zoom necessário para ver a rota em pormenor ou exportar para o GPS como preferir. Clicando no canto superior esquerdo, é também possível ler a legenda do mapa em detalhe. Pretende utilizar este mapa no seu aparelho de navegação e não sabe como o fazer? Consulte aqui o nosso artigo já publicado.
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