Acidentes de mota. Quando sh!t happens (Fica mais fixe escrever isto com um estrangeirismo). Quando estamos com um problema que resulta de um acidente de mota somos confrontados com algumas realidades, que nos trazem dificuldades por nem sempre estarmos conscientes do processo a seguir. E porque a partilha de conhecimento é poder, tentamos aqui levar-vos a reflectir, e ter alguns cuidados para que, se um dia passarem pelo mesmo, estejam o mais preparados possível. Burocraticamente falando. O resto a vida ensina-nos que seremos fortes quando é preciso, e que ultrapassaremos as barreiras que nos for colocando.
Apesar de estar a participar num passeio fora de estrada, onde etapas em lama, ribeiros, picadas de pedra e subidas e descidas técnicas estavam envolvidas, o João caiu num estradão simples, que tanta vez fazemos com a nossa mota de estrada. São as chamadas horas do demónio (penso que ele se sentiria melhor se tivesse partido algo numa etapa técnica danada).
A poucos minutos estava a equipa médica do evento (O Nosso Dakar 2023, by Longitude 009) que o assistiu no local, e imobilizou a perna. No entanto, ir ao hospital era recomendável para realizar exames de diagnóstico que despistassem eventuais fracturas. E o que parecia ser uma entorse virou ali uma fractura com necessidade de cirurgia. Um processo que queremos partilhar, assim como as mais valias que o facilitaram.
Recorrer ao Serviço Nacional de Saúde depois de um acidente de mota
É difícil partilhar a nossa experiência sem referir o Serviço Nacional de Saúde (SNS). No serviço de Urgência do Hospital de Faro, com um raio-x a expor uma fractura, um médico ortopedista concluiu a necessidade do João ser operado num prazo de 4 a 5 dias, e deu-lhe alta médica.
Naquela onda do: ”precisas de ser operado mas agora vai safar-te onde conseguires que daqui não levas nada”. Levas apenas um tom de desagrado, porque andar de mota é perigoso, e depois tem de se chatear a malta das urgências. Não foi da melhor maneira que foi recebido como motociclista naquele hospital. Quase fazendo sentir que o pessoal das motas cai porque lhe apetece, e vai à urgência por diversão. Quem diz pessoal das motas, deve dizer qualquer outro pessoal que saia do sofá para uma actividade considerada perigosa: viver.
O que acontece nos momentos seguintes? A cabeça fica a mil à hora a tentar entender para onde nos viramos. Seguir as etapas do SNS queria dizer esperar pelo próximo dia útil (2 dias depois), para ir ao Centro de Saúde da área de residência, procurar um médico de família que não temos, rezar por uma consulta sem marcação (com algum médico que nos fizesse esse favor) e ser encaminhados para uma operação no hospital público. Naturalmente, já quando o osso tivesse cicatrizado fora do sítio 20 vezes.
Um problema crescente no SNS, nosso e de todos os portugueses
Este é um problema crescente no nosso país: o serviço nacional de saúde. E quando me dizem que África é pior, recuso-me a comparar com os piores. Quero comparar-me aos melhores, lembrando que a carga fiscal que nos é cobrada devia chegar, e sobrar, para garantir muito, mas mesmo muito melhor do que isto.
Também ouvimos sempre que no SNS existem muitos bons profissionais que trabalham diariamente dando o melhor de si em condições de, por vezes, terceiro mundo. Esta minha publicação não quer deixar de enaltecer esse esforço. Afinal, também nós somos familiares directos de médicos, e bem conhecemos a sua luta. Esta publicação também quer dizer que também eles merecem mais do que isso. E que, inevitavelmente, havendo falta de meios e pessoas, consequências existem para os utentes.
O que eu esperaria do SNS neste dia? Ter um hospital (não importa em que lugar do país se inseria), preparado para diagnosticar, tratar e internar qualquer pessoa a que a ele se dirija. Um hospital com uma equipa médica de especialistas de todas as áreas de serviço. Que depois de uma alta médica de uma cirurgia que devia ter sido realizada logo, tivesse um atempado acompanhamento ambulatório com consultas e fisioterapia em tempo útil. E isso não existe. E somos confrontados com essa realidade em vários episódios da nossa vida.
Assim, esta consciência da realidade em que vivemos, remete-nos há muito para despesas adicionais, não obrigatórias, mas recomendáveis: seguros.
Seguro de Acidentes Pessoais com Acidentes de Mota Incluídos
Pelo facto de termos consciência dos riscos que corremos, e de que a assistência rápida é o mais importante, fizemos há uns tempos um Seguro de Acidentes Pessoais para ambos, com acidentes de mota incluídos (Seguros de Saúde não abrangem acidentes de mota). Por isso, o João foi rapidamente assistido e operado num hospital particular. E continua a fazer fisioterapia e acompanhamento em ambulatório através do seguro.
Um seguro que é válido em todo o mundo, e que só neste pequeno contratempo já ficou pago muitas vezes. De referir que, por acaso, o acidente de mota foi no decorrer de um evento com um seguro que cobre estas despesas até 7500Eur. Mas esse capital não será suficiente para todo o processo. Teremos necessidade de accionar a nossa apólice pessoal para o João continuar a receber tratamento médico atempado.
Um seguro de acidentes pessoais, reembolsa todas as despesas de tratamento com justificação médica. Despesas de farmácia, fisioterapia, consultas, cirurgia, etc. Aqui é muito importante salientar que a burocracia continua a existir, e é fundamental guardar todos os recibos, facturas, requisições e relatórios médicos para poder ser reembolsado de todas as despesas. Mas funciona!
Se pretendem mais informações de um profissional sobre este assunto, podem falar com Luís Miguel Fonseca, também conhecido por Piratinha, motociclista, nosso amigo e mediador: +351 911 936 644. Temos a certeza de que ele encontrará a melhor solução para vós.
Seguro de viagem para o estrangeiro com acidentes de mota incluídos
Agora imaginem esta situação no estrangeiro. E não, o capital de assistência em viagem da mota não chega para coisas destas no estrangeiro, até porque esse valor não chega também para Portugal. É por isso que insistimos em partilhar convosco a importância de um seguro de viagem sempre que cruzam fronteiras, de mota ou sem ela.
Além de todas as outras coberturas exclusivas a um seguro de viagem, o capital seguro para despesas médicas (mesmo em caso de acidentes de mota) chega a 1 milhão de euros. Superando em larga escala os médios 7500 Eur da assistência em viagem das nossas motas e os médios 20 000Eur de Acidentes Pessoais. Que mesmo somados continuam a ser insuficientes fora do país.
Sempre foi nosso hábito fazer um seguro de viagem quando cruzamos fronteiras, mesmo para um pequeno fim de semana. Porque, volto a referir: shit happens.
Ainda paira no ar a questão do Covid-19 que poderá deixar-nos mais apreensivos para alguns destinos. Assim, indicamos que todos os planos da IATI Seguros incluem todas as despesas em caso de resultado positivo durante a viagem ou na véspera de partida. Pelo que, se já considerávamos importante não sair sem um seguro de viagem, agora recomendamos ainda mais.
Existem planos por pessoa a partir de 20 Eur por semana. Pelo valor simbólico não vale a pena arriscar a cruzar fronteiras sem uma salvaguarda em caso de problemas. Por seres nosso leitor, ao seguires este link ainda estarás a ajudar o blogue a continuar o seu projecto e receberás 5% de desconto no valor total da apólice. Simula abaixo os valores para as datas da tua viagem.

Qual o plano seguro IATI que geralmente escolhemos?
O IATI Estrela. Porque é o plano máximo e pela diferença de preço e capitais seguros achamos valer a pena. Mas esta é uma escolha pessoal. Abaixo indicamos as condições da cobertura que mais valorizamos: a de assistência médica que inclui também despesas relacionadas com acidentes de mota em viagem. Este plano tem também um extra de desportos de aventura que inclui desportos de inverno e muitos outros. Uma boa solução para viajantes aventureiros.

Cartão Europeu de Seguro de Doença
Este é um cartão que também temos: o Cartão Europeu de Seguro de Doença (CESD) que pode ser pedido grátis aqui, e deve ser sempre mantido com validade.
Este cartão permite a uma pessoa obter junto dos prestadores públicos, dos estados membros da UE, a assistência médica que o seu estado de saúde necessitar, durante uma estadia temporária.
Porque continuamos a querer um seguro de viagem, quando saímos? Primeiro porque nem sempre estamos na UE, e depois porque em situação de urgência, é sempre um stress adicional saber o que fazer num país estrangeiro e para onde se dirigir. Ter alguém que trate disso por nós é uma mais valia, e poder escolher qualquer clínica ou hospital público ou privado também. Na hora do aperto queremos rapidez de soluções. Além disso, um seguro de viagem tem asseguradas todas as despesas que um CESD não inclui: cancelamento de viagem, deslocações, despesas de farmácia, prolongamento de estadia, acompanhamento de um familiar, etc.
Cartão do Motociclista
Consoante as informações consultadas no site da Federação de Motociclismo Portugal, o Cartão do Motociclista tem um custo de 25 € e oferece inúmeras vantagens, como o seguro de acidentes pessoais válido por um ano. Cobre despesas resultantes de acidentes enquanto motociclista. No entanto, consultando as condições gerais da apólice deste seguro, confirmamos que o valor incluído para despesas médicas e de tratamento é de apenas 4500 Eur. Que continuamos a achar muito pouco, apesar de ser melhor do que nada. Se assim for possível, recomendamos igualmente um seguro com maiores capitais seguros. Já para seguro de viagem ainda não lhe encontrámos substituo pelos motivos acima mencionados.
Este é o nosso cantinho de partilha de experiências: boas e más!
Geralmente aqui publicamos muitos roteiros, dicas sobre equipamento e lugares que visitamos. Lugares que queremos que também vós conheçam sentindo o mesmo entusiasmo do que nós. Mas a vida é feita de todos os momentos e, hoje passei para partilhar um assunto prático que não surge pelos motivos mais felizes: uma acidente de mota com direito a ambulância.
Já no passado tínhamos tido acidentes de mota outras vezes e, nem sempre o partilhamos convosco porque, não havendo consequências para nós, queremos poupar a nossa família a preocupações desnecessárias, e justificações. Família essa que, tal como vós, segue igualmente as nossas publicações. Arranjamos as nossas meninas, ficamos de coração partido, e seguimos para mais aventuras sobre rodas assim que elas saem da oficina.
Da saga: andar de mota é perigoso!
”Andar de mota é perigoso!” Aquela frase dramática que tanto ouvimos das pessoas que nos rodeiam, e que claramente não andam de mota. Provavelmente jamais entenderão a felicidade que é andar numa. E nós já desistimos de tentar explicar algo que não se explica: recusamos-nos a viver com medo de morrer! Para nós, andar de mota é viver. Viver da melhor, e mais feliz, maneira que conseguimos.
Conscientes de todos os riscos a que nos expomos, e assumindo as consequências que estejam por vir. Na sempre certeza de que olharemos para trás, para um percurso de milhares de quilómetros de felicidades sobre rodas, confiantes de que fizemos o melhor que conseguimos com as oportunidades que a vida nos deu.
Se andaremos de mota para sempre? Provavelmente. Até que as nossas forças o permitam. Se encontraremos outras formas de viajar? Provavelmente. Se assim nos apetecer, afinal somos adultos, livres e o gosto pela aventura corre-nos nas veias. E, no final do dia, o que importa é sair da zona de conforto e enriquecer a nossa alma com novos lugares, pessoas e experiências.
Sigam viagem o mais protegidos possível
Se o podermos fazer o mais protegidos possível? Vamos fazer. Seguro de Acidentes Pessoais o ano todo e Seguro de Viagem sempre que viajamos. Só assim teremos a maior liberdade de tomar decisões urgentes, o menos dependentes possíveis de qualquer sistema em falha. Esta é a protecção para nós, para as nossas motas é só garantir um seguro com uma boa assistência em viagem em caso de avaria ou acidente. Para esse efeito, somos também sócios do ACP, além de ter um seguro de motociclos da melhor qualidade que conseguimos. Boas curvas!
Parabéns pelo “serviço público” de lamentar a experiência e como referido tantos impostos para que?
Enfim…
As melhoras para o João voltem rápido 💪✊
Obrigado Fábio! Isso mesmo… metade das preocupações seriam poupadas se o nosso SNS funcionasse de acordo com a carga fiscal cobrada. Como não funciona, infelizmente achámos importante partilhar aquilo que fazemos para nos proteger o máximo possível. Boas curvas!
Boas Patrícia e João. Rápidas melhoras para o João e que em breve possam estar novamente a rolar e contarem-nos os Vossos excelentes relatos de viagens.
Os acidentes são sempre uma chatice, para mais quando envolvem danos físicos.
É sempre algo que estamos srmpre a evitar.
Relativamente aos seguros, lembro que o cartão de motoclicilsta da Federação Portuguesa ds Motociclismo, inclui despesas médicas.
De referir também que a maior parte dis seguros são com coberturas comulaveis. O que quer dizer? Se tenho dois seguros que cobrem o mesmo risco, posso ativar um deles e se a sya cobertura máxima for atingida, posso pedir à outra seguradora que complemente a despesa, com a segunda apólice.
Quando envolvem valores elevados (gastos médicos fora de Portugal), pode ser uma safa.
Bjs e abraços,
João Cruz
Olá João! Muito obrigado pela mensagem e explicações. De facto não sabíamos do cartão do motociclista, mas já está neste post igualmente. Por sua vez tem apenas 4500eur de despesas de tratamento, o que considero mesmo pouco. Mas melhor do que nada. Continuo a achar que para o estrangeiro o seguro de viagem é imbatível. Obrigado por essa explicação. Beijinhos e abraço nossos
Artigo top, pena é ser pelas piores razões. Força nessa recuperação 💪
Muito obrigado Filipe! Achamos importante partilhar este processo.. é sempre bom estarmos despertos a tudo isto. Boas curvas!
Muito útil este artigo. As melhoras !
Obrigado Luís!
Meus Caros,
Em primeiro lugar espero que o João esteja melhor e a recuperar bem.
Em segundo lugar, percebo o descontentamento e o que referem sobre a pessoa que se diz Médico em Faro, mas felizmente não representa o SNS, conheço muitos profissionais, Medicos e Enfermeiros que fazem tudo todos os dias com as condições que todos sabemos são de terceiro mundo para o trabalho e responsabilidade que desempenham.
Em terceiro e último, muito obrigado pelas dicas relacionadas com os seguros.
Obrigado,
Pedro Garção
Olá Pedro! Muito obrigado, o João está a ir bem… agora é deixar correr o tempo. Em relação ao assunto do hospital, infelizmente isto não é a primeira vez que acontece. E sim, o SNS está a ir abaixo, o SNS não está à altura do que pagamos de impostos e por isso mesmo os profissionais têm de fazer o que não deveriam ter de fazer no nosso país: trabalhar em condições de terceiro mundo. E é esse a minha principal queixa, e é esse o principal motivo pelo qual, além da carga de impostos que pago, sentir necessidade de me preocupar com seguros e com eles ter outro encargo. Porque o SNS não funciona como deveria. Não dá resposta em tempo útil do inicio ao fim de um processo, seja ele grave ou ligeiro. Isto aconteceu em Faro, poderia ser em qualquer outro hospital. E reforço que deste lado, fala alguém com pais e irmã médicos. Muitos amigos enfermeiros e outros tantos amigos médicos a trabalhar no SNS. O esforço deles por lá no dia a dia é uma consequência da inconsequência de um desgoverno, e também eles merecem mais e melhor.
Boas!
Já estás totalmente recuperado? Os Adventure Days estão aí à porta.
Referem que “Seguros de Saúde não abrangem acidentes de mota”, estão certos disto? Lendo os condições gerais da MultiCare, não tenho essa interpretação.
Obrigado e boas curvas.
Olá Daniel, o nosso (Advance Care e o anterior na Medis) não tinham incluídos acidentes de mota. Fale que com o seu mediador e confirme. É o melhor.
Olá. Não encontro qualquer exclusão no da Multicare. Basta procurar por Multicare Condições Gerais.
Confirme porque as condições gerais da Multicare referem uma exclusão a veículos motorizados. Que é o normal acontecer. Acho mesmo importante fazer esta pergunta à sua companhia (por escrito)
Não, apenas referem a exclusão de “Prática de desportos terrestres motorizados”. Que eu saiba, andar de moto não é um desporto motorizado.
E eu só estou a lembrar que aquilo que interessa é o que a companhia acha, não aquilo que eu acho ou o Daniel. E o que eu faria era confirmar isso por escrito com eles mesmos, diz-me a experiência para o fazer. Se segue sossegado e não tem dúvidas. Também é o que importa para si. Boas curvas
Obrigado pela divulgação. Não sabia da opção de seguro de acidente de moto incluído num seguro de acidentes pessoais. Vou averiguar, pode ser exactamente o que faltou na última tentativa de negociação de seguros.
É um detalhe importante, já que fazemos seguros, pelo menos que abranjam a nossa actividade que eles consideram perigosa..
Rápidas melhoras para o João, e muitos parabéns pelo vosso bom serviço prestado!
Não é a primeira vez que enalteço a vossa dedicação e partilha.
São realmente fantásticos, bem hajam!
Muito obrigado Paulo! Esperamos em breve estar de volta às curvas. Esta partilha é por motivos menos felizes, mas achei importante divulgar a nossa experiência. Boas curvas e boa semana
Viva. Que seguro de acidentes pessoais vcs tem? Obg
Olá Luís. Deixámos o contacto do nosso mediador no artigo. É falar com ele. Os seguros de acidentes pessoais variam consoante a profissão e actividade, portanto tem de questionar sobre um para o seu perfil. Boas curvas